Campanha mundial de 2024 prioriza a educação e atuação dos professores como ferramentas de promoção da paz
Nesta quinta-feira (24), é comemorado o Dia Internacional da Educação. A data está no seu sexto ano de celebração e foi proposta pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Pensando nas diversas pautas que a data acolhe, um dos temas para o aprimoramento do ensino é o papel que a educação e os professores desempenham no combate ao discurso de ódio. Pedagoga do Núcleo de Educação a Distância do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Ana Gabriella Sardinha descreve a educação como ferramenta de desenvolvimento em prol de uma sociedade com mais empatia.
Para Ana Gabriella, além de planejar, implementar e integrar noções de educação não violenta, é necessário promover valores como tolerância e respeito dentro das escolas, para que seja possível construir uma sociedade mais justa e solidária. De acordo com estudo divulgado pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, um em cada 10 estudantes brasileiros é vítima de bullying e cyberbullying – prática que se refere a atos de intimidação e violência física ou psicológica, geralmente em ambiente escolar. Entre os professores, sete em cada 10 relatam aumento de violência nas escolas, especialmente entre os alunos.
Por meio da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), a UNESCO alerta que o discurso de ódio fomenta o preconceito e banaliza práticas violentas no cotidiano. Sua recente escalada global, disseminada pelo uso das redes sociais e exacerbada por crises prolongadas em diferentes regiões, tem um impacto grave na segurança, saúde mental e proteção das comunidades em todo o mundo.
De acordo com Ana Gabriella, a campanha não se limita às aulas de ciências humanas, mas deve ser incorporada em todas as áreas do conhecimento: “É fundamental que o combate ao ódio pela educação seja uma prática constante”. Para a especialista, são válidos todos os esforços dos profissionais da educação e estudantes que buscam a quebra de discriminação, bullying e preconceito na educação e nas escolas das periferias. “Precisamos colocar em prática os princípios registrados no Manifesto UNESCO 2000 por uma cultura da paz: respeitar a vida, rejeitar a violência, ser generoso, ouvir para compreender, preservar o planeta e redescobrir a solidariedade. Esta data pede paz na educação”, completa.
Manifesto pela Paz
O Manifesto 2000 por uma Cultura de Paz e Não-Violência foi escrito por um grupo de vencedores do Prêmio Nobel da Paz visando criar um senso de responsabilidade pessoal em relação à humanidade. Foi lançado em Paris em março de 1999 e aberto para assinaturas do público geral em todo o mundo. O documento inclui Nelson Mandela, Dalaï Lama, Desmond Tutu e Mikhail Gorbatchev. Os pilares da publicação são: não violência, diálogo, tolerância, reconciliação, justiça e solidariedade. Mais de 76 milhões de pessoas no mundo assinaram o manifesto.