O trabalho dos bombeiros no combate aos incêndios florestais no Brasil em 2024 tem sido crucial, especialmente em meio à grave estiagem que afeta 58% do território nacional. Essa seca extrema está contribuindo para a propagação de incêndios em regiões como a Amazônia, Pantanal e Cerrado, onde a vegetação seca cria um ambiente propício para que pequenos focos de calor se transformem em grandes incêndios.
O Corpo de Bombeiros, com apoio de brigadistas, tem enfrentado um desafio imenso. No estado de Mato Grosso, por exemplo, foram registrados mais de 400 focos de calor em apenas 24 horas, com uma grande concentração no Pantanal. Essas operações envolvem o uso de aeronaves, veículos terrestres e equipes especializadas que combatem o fogo em áreas de difícil acesso. Somente neste estado, mais de 24 grandes incêndios estavam sendo combatidos simultaneamente, em regiões de florestas e áreas urbanas.
Além das ações locais, o Governo Federal está mobilizando recursos significativos para apoiar essas operações. Mais de R$ 514 milhões foram destinados para ações emergenciais, que incluem a aquisição de equipamentos e a contratação de brigadistas. Essa verba é fundamental para garantir a infraestrutura necessária no enfrentamento aos incêndios, que em muitos casos são de origem criminosa, causados por queimadas ilegais ou descuidos humanos.
Um ponto importante é que o uso controlado de fogo, que muitas vezes é permitido em atividades agrícolas, está atualmente proibido em quase todos os estados do Brasil devido às condições extremas de seca. A proibição tem como objetivo evitar que incêndios controlados saiam de controle e se alastrem para áreas florestais e reservas ambientais.
Os bombeiros e brigadistas enfrentam condições desafiadoras e arriscadas, muitas vezes trabalhando em ambientes de alta temperatura e com acesso limitado a recursos hídricos. Em algumas regiões, como o Pantanal, o trabalho dos bombeiros não se limita a apagar o fogo, mas também inclui a proteção da fauna local, resgatando animais que ficam presos ou feridos nas áreas atingidas.
Essas operações são vistas como “heróicas”, com os bombeiros sendo frequentemente chamados de “anjos de farda”, por colocarem suas vidas em risco para salvar pessoas, animais e o meio ambiente. O trabalho deles, somado ao esforço de brigadas voluntárias e entidades como o Ibama e a Força Nacional, é essencial para controlar os incêndios e minimizar os danos à natureza e à vida humana.
Com a continuidade da seca, as previsões indicam que os esforços de combate aos incêndios no Brasil ainda exigirão muita dedicação nos próximos meses, já que o risco de novos focos permanece alto até o final do período de estiagem.