Considerado um dos melhores do mundo, o dançarino apresenta sua última turnê internacional em Brasília, um espetáculo que une balé clássico à dança urbana
O brasileiro Thiago Soares, consagrado entre os maiores bailarinos do mundo, traz sua turnê internacional “Último Ato” para Brasília. Após passar por mais de 30 países, o espetáculo acontece em 22 de setembro no Centro de Convenções Ulysses. O artista, que foi o Primeiro Bailarino do Royal Ballet de Londres, Doutor honorário pela King’s College London, anuncia que esse não é o final. “Ainda está longe a hora de pendurar as sapatilhas”, avisa Soares.
Na verdade, o que o dançarino propõe é uma vírgula, onde demonstra que seus talentos e seu amor pela arte transcendem aos palcos, pois chegou a hora de se dedicar a novos projetos. “Este é um espetáculo que brinca com a ironia de ser de fato um último ato, uma despedida. Dizem que o bailarino tem sua primeira morte quando deixa de dançar, então é uma brincadeira com a morte. Hoje apenas apago uma luz para acender tantas outras”, avalia Thiago.
Diferente de tudo já feito em sua carreira, ‘Último Ato’ é um espetáculo teatral no qual a linguagem utilizada é a dança. “Normalmente, espetáculos de Ballet onde chamo estrelas da dança, acabam tornando-se uma versão similar e mais sucinta das apresentações dos grandes teatros. Esse é completamente diferente”, explica. “Nesse espetáculo temos artistas brasileiros, com origem no samba, na dança urbana, até mesmo no parkour e frevo. É uma coletânea de informações de movimento que transcende o clássico, ainda sendo um espetáculo de ballet clássico”, completa o bailarino sobre a apresentação que incluirá traços inéditos, como uma coda de afrobeat.
Além disso, inovando em cena, a apresentação tem forte interação com o público. “Dessa vez, o público irá decidir o final”, revela, mas sem dar spoilers. Ao longo da apresentação, diversas mudanças de perspectiva no cenário inserem ainda mais o espectador na história.
A narrativa
O espetáculo é uma grande ironia aos bastidores da arte, ao suposto glamour do Primeiro Bailarino, ao tempo e à cruz do bailarino. Em sua narrativa, Thiago inicia dando as boas-vindas, enquanto coloca o espectador de forma central em diversas perspectivas desse universo. Entre os destaques, a tão utilizada barra, que se torna quase um personagem do ato, sendo a cruz, a amiga e a sina do Primeiro Bailarino, o lugar para onde ele sempre volta. “Revisitei o meu passado e busquei referências da minha trajetória para incluir nessa nova linguagem. É um espetáculo que convida o público a uma reflexão, sem dúvidas” anuncia o dançarino.
Entre tantas questões, uma dança com o sol, um tango com o espírito da pressa em apagar uma estrela para o nascimento de uma nova e o questionamento sobre o peso do tempo e da idade sobre a arte. “Onde um bailarino de 40 anos deveria estar? Existe uma ideia que uma vez que você está nos 40 e deixa de fazer grandes papéis, você morreu. O espetáculo mostra que você pode ir além. Uma desconstrução”, provoca Soares. “Os lugares que já passei, dos viadutos de Madureira até os mais de 30 países através da dança, criaram em mim um liquidificador de arte que eu quero derramar nessa turnê. É uma miscelânea cultural, uma síntese do lixo ao luxo”, conclui.
Sobre Thiago Soares
Nascido em São Gonçalo, o interesse de Thiago pela arte surgiu aos 9 anos, quando começou a frequentar a Escola de Circo. Mas o interesse real pela dança surgiu apenas aos 15 anos, em um grupo de Street Dance. Em seguida, começou a estudar no Centro de Dança do Rio, onde teve tanto destaque por suas habilidades e biotipo, que passou a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro aos 17 anos, conquistando sua primeira medalha no Concurso Internacional de Dança de Paris. Depois se tornou Primeiro Bailarino no Royal Ballet de Londres e Doutor honorário pelo King’s College de Londres.
Em 2022 teve seu primeiro curta-metragem, ‘Vermelho Quimera’, exibido em Cannes e também nos principais festivais de cinema do mundo. Neste ano, terá sua história contada num filme, já rodado, ainda sem data de estreia.
Ficha técnica:
‘Último Ato’
Idealização e direção: Thiago Soares
Coreografias: Thiago Soares
Bailarinos: Thiago Soares, Gabriela Sisto, Jaime Bernardes, Tairine Barbosa e Paulo Cristo
Trilha sonora: Thiago Soares
Sonoplastia: Luciana Soares
Iluminação: Maneco Quinderé, execução Felipe Antello
Cenário: Thiago Soares
Figurinos: Thiago Soares e Amir Slama
Projeção: Diogo
Assistente de produção: Ágatha Bull e Vinicius Coguiar
Serviço:
Thiago Soares – O Último Ato
Dia: 22 de setembro (domingo)
Horário: 19h
Local: Centro de Convenções Ulysses
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: Aproximadamente 1h40
Informações adicionais: Local possui estacionamento terceirizado pago
Ingressos:
Poltrona Vip: R$ 120,00 (meia)
Poltrona Premium: R$ 150,00 (meia)
Lounges: R$ 200,00 (meia) – Sofás assento individual, área exclusiva frente palco
Camarote: R$ 100,00 (meia) – Ingressos individuais
Mesas de 4 lugares e assentos marcados com acesso exclusivo, climatizado com banheiros privativos.
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