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CINEMA URBANA – Mostra Internacional de Cinema de Arquitetura – 2025

DE 13 A 17 DE AGOSTO, NO ESPAÇO CULTURAL RENATO RUSSO 508 SUL

Festival anuncia os selecionados para a Mostra Competitiva

Justiça climática, acessibilidade hídrica, arquitetura regenerativa, habitações resilientes e inclusivas, ecologia urbana, saberes tradicionais , arquitetura e futuro. Estes são alguns dos temas que atravessam os filmes selecionados para a Mostra Competitiva da 5ª edição de CINEMA URBANA – MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE ARQUITETURA, queacontece de 13 a 17 de agosto, no Espaço Cultural Renato Russo 508 Sul. Em 2025, o evento se propõe uma reflexão sobre “ Paisagens Radicais” , abrindo espaço para olhar o passado, pensar o presente e apontar novos caminhos para o futuro sustentável.

Das 175 produções escritas, 35 foram selecionadas. São curtas, médias e longas-metragens, dos mais diversos gêneros – do documental à animação –, e realizados em diferentes países. A curaria tem a assinatura da diretora geral da Mostra, da arquiteta, urbanista e pesquisadora Liz Sandoval, e de Sofia Mourato, curadora portuguesa de um dos festivais europeus pioneiros no tema da arquitetura. André Costa, arquiteto e professor, é responsável pela curadoria da exibição de filmes experimentais. CINEMA URBANA é um projeto realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo do Governo Federal.

Em 2025, a Mostra Competitiva distribuirá o Prêmio Brasília ao melhor filme em competição produzido em Brasília, Prêmio de Melhor Filme em competição (segundo um júri composto por arquitetos e cineastas experientes) e Prêmio do Público para o melhor filme em competição (escolhido pelo público).

Além das exibições da Mostra Competitiva, o 5º CINEMA URBANA apresentará filmes convidados e terá lançamento de livros, três atividades formativas na semana anterior ao início do evento e sessões infantis com filmes relacionados à natureza, em parceria com a Mostra Ecofalante.

TEMAS E REFLEXOS

Entre os filmes selecionados, destaca-se o documentário italiano The Poetry of Discarded Matters ( Riccardo Dalisi: La poesia delle materie scartate ), que apresenta a trajetória do arquiteto, artista e designer Riccardo Dalisi. Pioneiro em metodologias participativas e no uso de materiais reaproveitados, Dalisi propôs uma prática de arquitetura baseada no diálogo com a infância, na coletiva e na criatividade à linguagem formal da disciplina. Ele integrou o movimento da Arquitetura Radical, ao lado de nomes como Superstudio, Archizoom e Ugo La Pietra, propondo o design como instrumento de transformação política, social e cultural.Também o holandês Living Together: The Story of De Warren , que revela outras formas de moradia no mundo contemporâneo, com a atuação de um grupo de jovens que cria uma cooperativa habitacional, dedicada à reforma de edificações antigas para ocupação com moradias coletivas.

Técnicas seculares de construção também estão em foco em títulos como o brasileiro Carpinteiros da Amazônia , documentário que explora a rica tradição da carpintaria ribeirinha, com mais de 7.000 anos de história, que continua a ser a base de muitos projetos inovadores. E em “ADOBE: habilidades tradicionais da construção Kalunga”.

O ambiente doméstico como refúgio nos grandes centros urbanos é tema de produções como a Casa de Artista brasileira, que percebe a casa como lugar propulsor de processos artísticos autobiográficos, a partir de artistas reclusos, afetados pela pandemia de Covid-19, suas incertezas e consequente desamparo. Também é o assunto de Das Retirée ou A Última Casa do Meu Pai , produção belga, que trata do etarismo ao mostrar um cineasta projetando, junto ao pai, arquiteto aposentado, uma casa pensada para a terceira idade. A pergunta “como seria a casa dos seus sonhos no fim da vida?” guia do filme.

Há títulos que remetem ao abandono ou à gentrificação, por exemplo. É o caso de Ruínas de Navarone , sobre o que restou da construção da Escola Superior de Guerra em Brasília, que começou e foi interrompido na década de 1970, durante o período da ditadura militar no Brasil. Também de When I came to your door , coprodução entre Holanda e Etiópia, que mostra a demolição de comunidades de baixa renda para a construção de grandes projetos urbanos na capital etíope, Adis Abeba. E ainda Pele de Vidro , sobre o edifício ícone do modernismo em São Paulo, projetado pelo arquiteto Roger Zmekhol, imigrante sírio no Brasil, que de moradia vibrante dos tempos da Bossa Nova se transformou na maior ocupação de moradores de rua da cidade e foi demolido.

SELECIONADOS PARA A MOSTRA COMPETITIVA

VIVENDO JUNTOS: A HISTÓRIA DE DE WARREN

Holanda – 2023 – 75 min

Direção: Sam van Zoest

O filme acompanha um grupo de jovens durante a criação de uma cooperativa habitacional que busca ser sustentável, social e acessível. O projeto é ambicioso: é o primeiro do tipo na Holanda, e dentro do grupo de jovens pioneiros iniciais, ninguém jamais havia construído uma casa antes.

SUTURA

Brasil – 2025 – 15 min

Direção: Felipe Fuentes, Miller Martins

Uma nota de 50 reais rasgada percorre a cidade ao longo de um dia. Em meio a suas rotinas, cinco pessoas diferentes acabam ficando temporariamente os donos dessa nota.

PORQUE PODEMOS

Austrália – 2023 – 4,30 min

Direção: Ian Gibbins

Nós purificamos, filtramos, peneiramos, retificamos, aliviamos… estupefazemos, impomos, atordoamos, devastamos, oprimimos… irradiamos, enfeitiçamos…”Mas por quê? Por que causamos tanto dano ao nosso próprio ambiente, e depois gastamos tanto tentando recriar-lo segundo nossos próprios desenhos? O que está por trás do nosso desejo de transformar o mundo natural em algo feito por nós?Os Jardins Botânicos simbolizam a tensão entre o desejo humano de admirar a natureza e de controlá-la. No filme, as diferentes formas pelas quais a água habita as interfaces entre o natural e o produzido estão representadas no registro do Jardim Botânico de Adelaide, ao redor de Kainka Wirra, na terra não cedida dos Kaurna, no sul da Austrália.

VINTE E TRÊS PESO

Alemanha, Hong Kong – 2023 – 7 min

Direção: Max Hattler

Filmado a partir de um apartamento no 36º andar de um edifício alto, as imagens deste documentário experimental animado explorando grandes áreas da paisagem urbana de Hong Kong, chamam a atenção para as vidas individuais escondidas dentro dos prédios — juntos, porém sozinhos, coletivamente isolados. Inicialmente gravado em 2020 e finalizado em 2023 com a vantagem da distância crítica, TWENTYTИƎWT /二〇二〇 tenta encapsular a escuridão, o confinamento e a incerteza do ano 2020.

CARPINTEIROS DA AMAZÔNIA

Brasil – 2024 – 54 min

Direção: Luis André Guedes, Pablo do Vale

Documentário que explora a rica tradição da carpintaria ribeirinha, um ofício ancestral com mais de 7.000 anos de história, que continua a ser a base de muitos projetos inovadores, mesmo diante dos avanços tecnológicos. Na Amazônia, no entanto, essa arte milenar está sob ameaça de desaparecimento, especialmente entre as comunidades que vivem em íntima conexão com a natureza. O filme também aborda os desafios contemporâneos enfrentados pela carpintaria amazônica, como a exploração predatória da madeira, a migração crescente para construções de alvenaria e a desvalorização do ofício pelas novas gerações.

INTERVENÇÃO

Brasil – 2024 – 93 min

Direção: Gustavo Ribeiro

A vida dos moradores de São Paulo em uma comunidade composta por duas favelas e um projeto habitacional, com mais de 50 anos e à beira da urbanização. No entanto, os residentes mais ricos resistem a essa mudança, numa postura conhecida como “não no meu quintal”. Vencedor do Prêmio da Crítica de Melhor Filme Brasileiro na 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

O FAZEDOR DE MIRANTES

Brasil – 2024 – 19 min

Direção: Betânia Victor, Lucas Franzoni

A exploração do garimpo de cristal na década de 1940 deu origem ao povoado de São Jorge no nordeste goiano. Com a criação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros nos anos 1960, a remoção do mineral foi proibida e o ecoturismo surgiu como principal atividade econômica da região, rica em belezas naturais e recursos hídricos. O fotógrafo João Fernandes viveu e registrou em fotos e vídeos essa transformação, onde passou a viver e trabalhar para levar a acessibilidade aos atrativos naturais do cerrado com a construção de mirantes.

CIDADE – MICHAEL HEIZER

Brasil – 2023 – 9 min

Direção: André Alves, Ethiene Cordeiro

O filme-documentário debruçado sobre a obra CITY de Michael Heizer buscando uma compreensão do sentido da obra entre os domínios da escultura e da arquitetura, não abre indagações sobre os conceitos interpretados nas teses de Rosalind Krauss, Antony Vidler e Vitruvius.

RUÍNAS DE NAVARONE

Brasil – 2023 – 19 min

Direção: Marcela Tamm Rabello

Uma artista visual visita as ruínas da Escola Superior de Guerra em Brasília, obra que teve início e foi interrompida na década de 1970, durante o período da ditadura militar no Brasil.

DESVIOS

Croácia/Líbano – 2024 – 24 min

Direção: Vida Guzmić

Documentário experimental filmado no Líbano entre 2019 e 2021 que aborda questões de localização, pontos de vista e memória. Através da posição da “visão periférica”, “Desvios” construiu uma narrativa de retorno sensorial, orientações, imagens alienadas, imagens que permaneceram fora do enquadramento. A obra não é uma documentação ou análise das políticas atuais e dos eventos turbulentos, mas uma experiência de desorientação dentro deles. O filme foi realizado em Super 8, câmeras analógicas fixas, câmeras digitais e diversas lentes.

RAPSÓDIA DO CAOS

Brasil – 2024 – 20 min

Direção: Aline Willik, Rodrigo Martins, Kely Carvalho, Gabriel Willik, Luiz Souza

Quão caótico pode ser um dia em uma das maiores avenidas de Goiânia? Este filme mudo convida a uma experiência sonora totalmente nova. Três músicos, que nunca assistiram ao filme antes, criam ao vivo, por improvisação durante a exibição, uma trilha sonora inédita baseada nas emoções despertadas pelas imagens do filme.Esta experiência cinematográfica terá ao todo 50 exibições. Todos serão gravados e, quando ocorrer a última exibição, usaremos esses “50 novos filmes” para fundamentar uma pesquisa de mestrado sobre o quanto a trilha sonora pode influenciar o significado do filme.

A POESIA DAS MATÉRIAS DESCARTADAS(Riccardo Dalisi: La poesia delle materie scartate)

Itália – 2025 – 51 min

Direção: Manuel Canelles

Riccardo Dalisi é considerado um dos designers e artistas italianos mais relevantes e radicais: na década de 1970, fundou, junto com Ettore Sottsass, Alessandro Mendini, Andrea Branzi e outros, a experiência Global Tools, uma contracorrente na arquitetura e no design que reuniu o trabalho daqueles que se identificaram com a chamada ‘arquitetura radical’ em torno das revistas Casabella e Spazio e società. O documentário retrata a dimensão social desenvolvida por Riccardo Dalisi nos anos 1970, sua poética como artista e designer e sua profunda relação com realidades marginais, como o Rione Traiano e as comunidades artesãs da Rua Catalana, buscando estabelecer uma ponte entre a experiência histórica e as emergências vivas das novas gerações e das novas formas de pobreza.

PELE DE VIDRO

Brasil/França/EUA – 2023 – 90 min

Direção: Denise Zmekhol

Uma jornada para enfrentar a dura desigualdade do Brasil. Quando a cineasta brasileiro-americana Denise Zmekhol descobre que o trabalho mais comemorado de seu falecido pai como arquiteto – o edifício ‘Pele de Vidro’, ícone do modernismo – se transformou na maior ocupação de moradores de rua de São Paulo, ela inicia uma jornada para lidar com seu passado e a cruel desigualdade que transforma o país onde nasceu. Roger Zmekhol, imigrante sírio no Brasil, tinha apenas 32 anos quando o projetou, nos primeiros dias de uma ditadura que durou duas décadas. Através de interações com os moradores de rua que ocupam o prédio de seu pai, Denise passa a enxergar a Pele de Vidro como uma representação das transformações dramáticas vívidas pelo Brasil, durante eras de escuridão, transformação e renascimento.

CAMINHANDO COM ONÇAS

Brasil – 2025 – 25 min

Direção: Larissa Corino, Letícia Benavalli, Rodrigo Rangel

O documentário revela a biodiversidade do Cerrado Goiano, destacando as onças-pintadas e a importância da conservação local. Acompanhamos a preservação das tradições e a interação sustentável com a natureza a partir do empoderamento das mulheres e comunidades rurais de Cocalzinho de Goiás.

OUTRA ILHA

Portugal – 2024 – 33 min

Direção: Eduardo Saraiva Pereira

O retrato em forma de mosaico de uma comunidade vinda de Cabo Verde e que, nos anos 1980, teve origem no bairro Amílcar Cabral, um conjunto de ruas e habitações por vezes inacabadas, na periferia do Porto Industrial de Sines, o maior porto artificial de Portugal.

QUANDO EU CHEGUEI À SUA PORTA

Etiópia/Holanda – 2024 – 10 min

Direção: Antonio Paoletti

Uma mulher procura por sua companheira entre as ruínas de um bairro em Adis Abeba, atingida por ondas de remoções forçadas que varrem os assentamentos informais da cidade. O filme registra imagens reais de uma das demolições mais recentes, que desalojam comunidades de baixa renda para dar lugar a grandes projetos urbanos em uma cidade em rápida expansão. Um retrato assombroso de uma cidade onde memórias e laços sociais são apagados pelo avanço implacável do desenvolvimento urbano, revelando seu impacto desumanizador sobre os moradores mais vulneráveis.

DO CALDEIRÃO DA SANTA CRUZ DO DESERTO

Brasil – 2025 – 10 min

Direção: Weyna Macedo, Lucas Parente, Adeciany Castro, Mariana Smith

Liderado por Beato José Lourenço, o Caldeirão da Santa Cruz do Deserto foi um movimento comunitário religioso que durou de 1926 a 1937, quando foi invadido pela polícia e bombardeado pela Força Aérea Brasileira. Hoje, a comunidade é citada como exemplo de autonomia camponesa por lideranças quilombolas, agroecológicas e do MST.Filmado em 16mm, com filme vencida encontrado em um depósito da Aeronáutica em Recife, com revelação caseira e pós-produção digital, o projeto busca criar uma fusão entre a materialidade fílmica e a paisagem do Caldeirão.

MAIO

Portugal – 2025 – 13 min

Direção: Claudio Carbone

O bairro de 6 de Maio, na Amadora, região metropolitana de Lisboa, tem os seus dias contados; apenas algumas casas permanecem de pé. O filme acompanha os últimos dias de Cátia, uma das mais antigas moradoras deste bairro.

RAÍZES DA MARÉ

Brasil – 2024 – 24 min

Direção: Luca Alves Eleutério Lopes

Com o despejo iminente, as comunidades ribeirinhas Prainha e Fibra, situadas no centro de Aracaju, Sergipe, refletem sobre seus saberes, formas de lazer e meios de subsistência.

A CASA IMAGINADA

Portugal – 2023 – 19 min

Direção: Marta Morais Miranda

Quando nos vemos confinados em casa, é-nos dada a oportunidade de refletir sobre o que mantemos entre paredes. Uma reflexão sobre a casa, transmitida através de acontecimentos do dia a dia e através das memórias que nela vão se acumulando; de todas as casas anteriormente ocupadas, de todos os habitantes que dela fazem ou fizeram parte. A Casa Imaginada evoca a transitoriedade para encontrar aquilo que é comum aos lugares onde vivemos.

NÃO POSSO ESQUECER QUE BRASÍLIA EXISTE

Brasil – 2023 – 11 min

Direção: Nina d’Orsi

Brasília foi planejada, mas esqueceram de inventar seus habitantes. O filme em tom experimental construído, a partir de duas linhas narrativas dissonantes – uma através da imagem e outra do texto narrado –, um questionamento acerca da experiência subjetiva em Brasília. A realização do filme-ensaio se faz com imagens do acervo fotográfico do Arquivo Público do Distrito Federal e textos autorais.

CEMITÉRIO VERDE

Brasil – 2023 – 25 min

Direção: Maurício Chades

Lavina se aposenta e compra uma casa em uma pequena cidade no meio do cerrado brasileiro. No quintal, o solo era tão degradado que nem grama conseguia crescer. Então, ela começa a plantar um jardim agroflorestal, oferecendo cada muda a uma pessoa querida que já faleceu.

A Semente de Concreto: Uma Fábula de Cidade Nova

Grã-Bretanha –2025 – 19 min

Direção: Jamie McNeill

Uma ficção ensaística que apresenta uma crítica peculiar ao projeto das novas cidades britânicas do pós-guerra, com foco especial em sua relação com a Escócia, e, de forma mais ampla, ao planejamento espacial. Peculiar porque articula essa crítica por meio de uma sátira que evita o tom didático, optando por uma abordagem experimental que combina uma voz subjetiva com narrativa, imagens e alguns imersos no universo do estranho e do misterioso.

CASA DE ARTISTA

Brasil – 2023 – 16 min

Direção: Denise Moraes

Uma leitura sensível do espaço doméstico a partir das vivências de mulheres artistas frente às problemáticas cotidianas, agravadas pela chegada da pandemia de Covid-19. Durante esse período, diversas profissões foram extremamente penalizadas, entre elas, como profissionais do campo das artes. Busca-se perceber a casa como lugar propulsor de processos artísticos autobiográficos, mas também como refúgio para os artistas reclusos, afetados pela pandemia, suas incertezas e consequente desamparo.

BONSAI

Brasil – 2025 – 7 min

Direção: Ana Victória Dias de Araújo; Beatriz Ripp Carreira, Maria Luiza Dias Seixas, Nayara da Cunha Pugas

Retrato cronológico da arquitetura chinesa contado a partir da perspectiva de uma árvore, por meio da arte do stop motion. O objetivo final é provocar uma reflexão sobre os rumores das intervenções e produções arquitetônicas no futuro e seus consequentes impactos ambientais.

A ILHA

Turquia – 2024 – 5 min

Direção: Mahmut Taş

Ada é uma menina que vive num vilarejo seco, onde não chove há muito tempo. Sua família considera deixar o lugar caso a sede continue. Ada fica muito triste com essa possibilidade e decide nos contar sobre vila seurejo com sua câmera. Ela vai até um lago que costumava ser cheio de água e visita a ilha que leva seu nome. Mas encontra o lago completamente seco, o solo rachado e nenhum sinal de água.

NOVA AURORA

Brasil – 2024 – 18 min

Direção: Victor Jiménez

Animação em rotoscopia ambientada na cidade do Recife, onde acompanhamos a trajetória de Rosa, uma adolescente surda que está em fase de autoconhecimento. Enquanto se descobre como artista, Rosa enfrenta o desafio de conviver com um pai solteiro que não fala Libras. O filme propõe uma experiência imersiva, permitindo que o espectador viva a história do ponto de vista (POV) do protagonista. Para isso, as falas orais não são acompanhadas de som, criando uma atmosfera em que o público pode se sentir na pele do personagem. Além disso, Nova Aurora traz um conceito inovador em inclusão e acessibilidade para o público surdo, traduzindo o teor emocional da trilha sonora através da psicologia das cores em cada cena, com a pintura dos cenários refletindo o estado emocional de Rosa, conectando a experiência sensorial com a narrativa.

NAVIO MULTIPROGRAMA

Chile – 2023 – 10 min

Direção: Katerina Kliwadenko, Mario Novas

Nas favelas de Caracas, onde o espaço público é quase inexistente, uma comunidade de vizinhos frequentados por mais de 20 anos para criar um lugar para a prática de esportes. Sua perseverança levou a colaborar com o arquiteto Alejandro Haiek, que desenhou um projeto singular: uma quadra esportiva que flutua sobre a densa camada de moradias autoconstruídas, lembrando o casco de um navio suspenso no ar.

CABEÇA DE FOGO

Brasil – 2024 – 10 min

Direção: Lidiana Reis

Diante de um cerrado cada vez mais degradado, Marta Narciso, moradora da Serra dos Pireneus, semeia palavras que nos convocam a uma conexão harmoniosa com a natureza, compreendendo seus sistemas, filhos, cheiros e formas.

ADOBE: HABILIDADES TRADICIONAIS DA CONSTRUÇÃO KALUNGA

Brasil – 2025 – 30 min

Direção: Carlos Pereira, Hugo Casarisi, Gabi Cerqueira

No coração do quilombo reconhecido pela UNESCO como Sítio Histórico Patrimônio Cultural Kalunga, o documentário mergulhador na riqueza cultural e nas técnicas de construção vernacular da comunidade Kalunga. Através de entrevistas com líderes comunitários e jovens, o filme revela como o uso do adobe e de outros materiais naturais não apenas construiu casas, mas também tece a identidade, a resistência e a história de um povo que preserva suas tradições por gerações.

ALÉM DAS PIPAS

Brasil – 2023 – 6 min

Direção: Thiago Oliveira

Danilo, um garoto tímido que prefere ficar em casa lendo livros, tem sua rotina mudada ao ser transportado para um mundo fantástico repleto de pipas que conectam sua ancestralidade com a realidade.

MAESTRA

Brasil – 2024 – 60 min

Direção: Bruna Piantino

O filme nos apresenta a mestra de obras Cenir Aparecida da Silva. Cena a cena, descobriu os gestos do trabalho em que design, força e habilidade se combinaram. Cada gesto — técnica e linguagem ao mesmo tempo — compõe aquilo que quem não construiu se acostumou a comprar pronto: um canteiro de obras. Para que quem se desenvolve possa enfrentar a dureza da vida encontrando abrigo, Cenir trabalha.

EDUARDO WALTER E LEONIDOV

Portugal – 2024 – 35 min

Direção: Miguel Pires de Matos

Eduardo, Walter e Leonidov são três porquinhos provenientes do sul, norte e leste da Europa. Na sequência da morte de sua mãe, empreende uma viagem por três universos interessantes diferentes, experimentando três formas distintas de habitar e de relacionamento com a natureza. Nestes mundos, tradicionais, modernistas e contemporâneos, cruzam-se com vários lobos e aves migratórias que despertarão recebimentos e colocarão à prova a sua generosidade.

DAS RETIRÉE OU A ÚLTIMA CASA DO MEU PAI

Bélgica – 2023 – 43 min

Direção: Julie Pfleiderer

Se você fosse projetar a casa dos seus sonhos agora, no fim da vida, como ela seria? Essa pergunta feita pelo cineasta ao seu pai, o arquiteto aposentado Karlhans Pfleiderer, é o ponto de partida de Das Retirée ou A Última Casa do Meu Pai . Lentamente, a casa começa a tomar forma — primeiro desenhada em camadas sobrepostas de papel vegetal, depois montada em uma maquete em escala. Entre palavras e gestos, o filme da filha torna-se a última casa do pai: um espaço onde palavras não ditas e desejos não realizados podem emergir, revelando mecanismos de sobrevivência transmitidos por várias gerações.

5ª MOSTRA CINEMA URBANA

Data: 13 a 17 de agosto

Local: Espaço Cultural Renato Russo 508 Sul

Site bilíngue: https://www.cinemaurbana.com/

Dúvidas e informações : cinemaurbana@gmail.com