Entenda como esse 0,75 ponto percentual impacta na sua vida
Após seis anos, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu aumentar a taxa básica de juro, a Selic. A elevação foi de 0,75% ponto percentual e quebrou a sequencial manutenção dos 2% para ir a 2,75%. No cotidiano do brasileiro, pouco perceptível, mas que pode ter um importante reflexo a médio prazo.
Com preços em disparada, pode-se dizer que essa foi uma medida do Copom para tentar frear a inflação. “Depois de aumentar a taxa de juros, a concessão de empréstimos tende a cair, consequentemente, a tendência é diminuir o preço das mercadorias e frear a inflação”, explica, de maneira objetiva, o especialista em finanças Fernando Gonzaga.
De acordo com o analista, o spread* bancário tende, consequentemente, a aumentar. “Podemos dizer que o ‘custo do dinheiro’ vai subir e isso, em alguns meses, acaba impactando na conjuntura geral do Brasil”, completa Fernando.
Com menos de 24 horas após a elevação na Selic, alguns reflexos foram percebidos. O Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores brasileira, por exemplo, fechou em queda naquele dia. O índice foi a 1,47% aos 114.835,43 pontos
O dólar também se movimentou. A moeda norte-americana chegou a recuar ao valor de R$ 5,47, mas ganhou folego e voltou a subir fechando o dia na casa dos R$ 5,55.
“É preciso de um pouco mais de tempo para saber qual vai ser o comportamento real do mercado. Muitos fatores estão envolvidos, mas nenhum mais que a pandemia da covid-19”, finaliza Fernando Gonzaga.
Spread bancário é quando, por exemplo, o banco empresta dinheiro a um cliente e cobra uma taxa superior à taxa de captação. A diferença entre as duas taxas é o spread bancário.