Portal Indica Brasília

Congresso de energia reúne cerca de 800 mulheres em BSB

II Congresso Brasileiro de Mulheres da Energia reuniu renomadas palestrantes do setor de energia do País. Palestras e painéis com especialistas do setor, público e privado, estudantes, empresários e investidores marcaram as comemorações do Dia Internacional da Mulher

Há profissões no mercado brasileiro que são vistas como exclusivamente masculinas. A Engenharia Elétrica é uma delas. Segundo a pesquisa FESA Executive Search, de 2021, as mulheres representam 19% dos empregados do setor elétrico e ocupam apenas 6% dos cargos de liderança. Nos dias 7 e 8 de março, Brasília apresentou um cenário surpreendente que promete romper com esses números: cerca de 800 mulheres se reuniram para debater os desafios e perspectivas do setor de energias renováveis no Brasil, bem como a equidade de gênero nesse mercado. No palco, mulheres integraram com exclusividade a programação de palestras e painéis. Cerca de 45 conferencistas – que hoje ocupam cargos de chefia no setor – compartilhavam experiências e conhecimentos técnicos e práticos com o público, predominantemente feminino, mas com presença também de homens.

Na abertura do evento, Lúcia Abadia, idealizadora e organizadora do Congresso, comentou, com tristeza, declaração do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, feita às vésperas do Dia Internacional da Mulher: “ainda vamos levar 300 anos para alcançar a igualdade de gênero no Brasil”. A empresária do setor imobiliário e fotovoltaico ressaltou a importância das mulheres se unirem e se mobilizarem para acelerar a equidade entre homens e mulheres. “Precisamos nesse momento dessa união para reverter esses números. Não podemos retroceder depois de termos lutado tanto por igualdade”, completou.

Silla Motta, gerente comercial da BBCE (Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia) também o problema da desigualdade de gênero. “O Brasil ocupa a 94ª posição mundial em equidade de gênero. Somente 14 países possuem leis de igualdade de gênero com destaque para a Islândia. Uma das principais razões é a adesão à licença paternidade, o que possibilita aos homens auxiliarem as mulheres nos cuidados com os filhos”, complementou.

O primeiro dia de encontro contou com debate de temas relevantes – como o crescimento da energia solar no Brasil, a geração distribuída com a Lei 14.300/2022, a educação profissional em energias renováveis como caminho para inclusão das mulheres no setor e o acesso das novas renováveis nos biomas sensíveis -, além de palestras com representantes de grandes empresas do setor, entre elas, Patrícia Madeira, da Climatempo; Larissa Araium, da MegaWhat; Ana Carolina Famá, da Urbano Vitalino Advogados; Carla Sautchuk, da COMGAS; e Christiane Delart, da Naturgy.

Destaque, ainda, para a participação do senador do Pará, Zequinha Marinho e, da secretária do Ministério das Mulheres, Maria Helena Guarezi.

No Dia Internacional da Mulher (8) e segundo dia de evento, o Congresso Brasileiro Mulheres da Energia promoveu profundo debate acerca da inclusão energética, do mercado livre de energia e da transição energética. Uma das mulheres mais influentes internacionalmente do setor, a CEO da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Gannoum, falou sobre os desafios sociais do setor energético do Brasil. “Não estamos aqui falando só de inclusão de gênero, mas de inclusão social que passa pelo tema da pobreza energética e também de raça”, disse Elbia apontando a educação como caminho para a resolução do problema: “o Brasil só vai conseguir sair desse círculo vicioso com a educação”.

Na manhã do Dia da Mulher, o empresário Paulo Octávio com 48 anos de atuação no mercado imobiliário – também ex-governador do DF, ex-senador e ex-deputado federal – compareceu ao evento para parabenizar a organização. “Estou muito honrado de estar aqui com todas vocês. Esse encontro é extraordinário. Falar em energia é um assunto que me empolga muito, pois também atuo na área, com cinco empresas em Brasília. Quanto mais pudermos desenvolver essa área da atividade econômica melhor para todos nós”, ressaltou. Na ocasião, destacou ser um incentivador da ascensão das mulheres no mercado. “Tenho buscado aumentar cada vez mais o número de mulheres nas minhas empresas para chegar a pelo menos a metade. Temos muitas engenheiras e arquitetas, arquitetas então temos 30 e são 30 mulheres”, contou.

Presentes no evento, Fernando Pedro de Brites, presidente da ACDF (Associação Comercial do Distrito Federal) e Ivonice Aires Campos Dias, engenheira e presidente do Conselho da Mulher Empresária no Distrito Federal, subiram ao palco, ao lado de Paulo Octávio, para homenagear as mulheres e presentear Lúcia Abadia. “É com muito carinho e com muita devoção ao trabalho que você dedica ao nosso País, que estamos aqui, para homenageá-la. Lúcia, aceite a nossa homenagem, singela na simbologia dessa taça, e parabéns pelo magnifico evento”, discursou o dirigente da ACDF.

O segundo dia contou com palestras de Elusa Moreira Barroso Brasil, da ONS; Zilda Costa, da UNICOBA; Bianca Bez, da BBL Advogados, Aline Pan, da UFRGS e Rede Mesol; Aline Souza, da Evoltz; e Lorrane Lack, do Grupo LAX.

A segunda edição do Congresso Brasileiro de Energia da Mulher fechou as atividades com uma linda festa, regada à coquetel volante e muita música em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. Na ocasião, Lúcia Abadia anunciou a próxima edição do Congresso, que será em São Paulo, no mês de agosto. “Fechamos o evento com chave-de-ouro e a certeza de que 2023 trará um evento ainda maior e com o mesmo nível técnico das atividades. O meu muito obrigada a todas as mulheres que fizeram parte desse sonho”, finalizou. 

Mais informações e inscrições: 
Site: https://mulheresdaenergia.com.br/
Palestrantes do evento: https://mulheresdaenergia.com.br/palestrantes/
Realização: Yes Produções, empresa do Grupo Abadia