No Mês da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil, especialista adverte que doença pode afetar a saúde física, mental e emocional das crianças gerando doenças cardíacas, depressão e bullying
Em junho é celebrado o mês de conscientização contra a obesidade infantil. Considerado um problema de saúde grave, a obesidade infantil pode ser a porta de entrada para diversas doenças cardiovasculares, gastrointestinais, pulmonares, ortopédicas, neurológicas, dermatológicas, renais e psicológicas. Pensando em alertar sobre os riscos e cuidados que devem ser tomados com a alimentação das crianças, o gastropediatra, Dr. Henrique Gomes, destaca que é preciso acompanhar as curvas de crescimento dos pequenos.
O Relatório Global de 2021, produzido por agências da Organização das Nações Unidas (ONU), responsável por avaliar o impacto global da pandemia, aponta que, em 2020, mais de 2,3 bilhões de pessoas (30% da população mundial) não tiveram acesso à alimentação saudável, sendo este um dos fatores mais importantes para a prevenção da obesidade infantil e doenças associadas.
A Organização Mundial da Saúde estima que para 2025 o número de crianças obesas no planeta chegue a 75 milhões. Os registros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que uma em cada grupo de três crianças, com idade entre cinco e nove anos, está acima do peso no país. Os dados preocupam, pois as principais comorbidades associadas à obesidade infanto-juvenil vão desde anormalidades endócrinas, cardiovasculares, gastrointestinais, pulmonares, ortopédicas, neurológicas, dermatológicas, até problemas renais e psicológicos.
“A obesidade não tem uma única causa definida sendo uma condição de etiologia multifatorial influenciada por fatores genéticos, epigenéticos, endócrino-metabólicos e comportamentais. A análise do peso para idade não pode ser pontual e sim acompanhada com as curvas de crescimento, seguindo a classificação do estado nutricional de acordo com IMC/IDADE”, explica o Dr. Henrique Gomes.
Além dos fatores genéticos, os principais motivos para a obesidade infantil se relacionam com os ambientes nos quais as crianças estão inseridas. Um dos maiores agravantes é o consumo excessivo de alimentos não saudáveis como processados e ultraprocessados. Com a pandemia, por exemplo, aumentou o tempo de tela dessas crianças, a atividade física diminuiu, e consequentemente contribuiu para o sedentarismo e a ansiedade aumentou os erros alimentares.
Os cuidados com a saúde do bebê devem começar desde a gestação, os primeiros anos de vida são períodos propensos para desenvolver a obesidade infantil. “É importante que o aleitamento materno seja exclusivo até o sétimo mês de vida, hábitos alimentares saudáveis desde a lactância, incentivar a prática de brincadeiras ao ar livre, esportes e atividades físicas são fatores que contribuem para o não desenvolvimento da obesidade”, explica o gastropediatra.