Programa lançado de voluntariado recentemente pretende transformar a vida de jovens por todo o DF
Seja para ajudar em uma crise, como a tragédia do Rio Grande do Sul, ou mesmo fazer visitas a hospitais, creches, orfanatos, o serviço voluntário é muito importante para a sociedade, com benefícios para todas as partes envolvidas, inclusive na saúde mental. De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, atualmente existem 2,2 mil voluntários no DF. Eles fazem parte de programas do governo e prestam serviço em diversas áreas da capital federal. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 7,3 milhões de pessoas realizaram trabalho voluntário no país em 2022. Houve um acréscimo de 603 mil pessoas, entre 2019 e 2022, calculou o instituto.
“O voluntariado é uma prática fundamental para fortalecer os laços comunitários e promover o bem-estar social. Engajar-se como voluntário é oferecer o seu tempo e habilidades de forma gratuita em prol de causas que beneficiam a sociedade”, comenta Tainah Nóbrega, diretora de admissão, comunicação e marketing do Colégio Everest Brasília, conhecido por trabalhar voluntariamente com os alunos. “Os benefícios não se restringem a quem recebe ajuda, trazendo também recompensas pessoais significativas para os voluntários. Ao se engajar nessa prática, é possível desenvolver habilidades interpessoais, ganhar uma nova perspectiva sobre a vida e sentir-se parte de algo maior do que você mesmo.”
Existem diversas maneiras de se envolver como voluntário, desde a ajuda em instituições de caridade até a participação em projetos de conservação ambiental. Cada pessoa pode encontrar uma área na qual se sinta motivada a contribuir, seja ensinando crianças carentes, auxiliando idosos em lares de apoio, ou até mesmo participando de campanhas de conscientização sobre questões sociais. O voluntariado também pode ser uma fonte de inspiração e conexão com a comunidade, fortalecendo os laços sociais e construindo uma rede de apoio sólida.
Observar os desafios enfrentados por outras pessoas aciona emoções como empatia e compaixão, como explica a neuropsicóloga Camila Ferrari. “Para além dos valores, o voluntariado cria o senso de comunidade, ao mesmo tempo em que desenvolve habilidades sociais, de comunicação e a capacidade de trabalhar em grupo. Isso gera sensação de utilidade e levanta a autoestima alimentada, com a confiança de que se pode fazer a diferença no mundo”, avalia.
Um levantamento feito pela Universidade de Harvard e publicado no American Journal of Preventive Medicine, de 2021, também comprovou esses benefícios. Conforme o estudo, há menos riscos de mortalidade e desenvolvimento de limitações físicas. E quando se trata de adolescentes e universitários, os ganhos são ainda mais eficazes. De acordo com outra pesquisa, da Universidade de Oxford, realizada em 2015, ser voluntário nessa faixa etária pode ajudar a evitar comportamentos problemáticos, como o uso de bebida alcoólica e drogas, gravidez indesejada, abandono escolar e outros.
Programa de voluntariado
Conhecido na capital federal por campanhas e projetos sociais, como o Colégio Mão Amiga, no Paranoá, o Colégio Everest lançou recentemente um novo programa de formação humana, que busca reforçar e cultivar nos alunos valores cruciais como solidariedade, equidade social e zelo apostólico, estimulando-os a auxiliar pessoas em situação de vulnerabilidade econômica. Por meio do Everest IN ACTION, os alunos do ensino médio poderão realizar atividades alinhadas aos princípios da escola, acompanhados sob mentoria entre pais e colaboradores. Será uma oportunidade para desenvolver competências como resolução de problemas, organização, trabalho em equipe, comunicação e liderança.
O lançamento
Exclusivo para alunos e responsáveis, o projeto iniciou com uma sessão de boas-vindas e depoimentos de jovens empreendedores que lideram projetos de impacto social no DF. O evento, realizado no fim de maio, reuniu nomes importantes, como Shaila Mazoni, fundadora e presidente da Associação AME, dedicada à capacitação profissional e a dignificação de mulheres em situação carcerária, visando a reintegração social pós-encarceramento.
Outro palestrante foi Ricardo Sechis, que, com apenas 27 anos, é empreendedor e apaixonado por movimentos sociais. Iniciou seu negócio aos 17 anos, vendendo espetinhos no estacionamento da escola. Atualmente, é cofundador do Ricco Burger, uma hamburgueria brasiliense com sete filiais na cidade. No lançamento, os participantes realizaram atividades recreativas, como canoagem, piquenique e passeio de balão. Agora, os estudantes se preparam para os próximos passos do programa.
Por que balonismo? Nóbrega explica que os alunos devem entender que a ajuda ao próximo não tem limites, nem mesmo o céu. “Por que remar em canoas? Porque os alunos devem valorizar o trabalho em equipe e saberem que remando juntos, podem ir sempre mais longe”, destaca, a diretora de admissão, comunicação e marketing do Colégio Everest Brasília.
Próximos passos
Desde o lançamento oficial, os alunos iniciaram o desenvolvimento de projetos sociais. O trabalho ocorre em etapas: formação das equipes, seleção da instituição, visita para diagnóstico das necessidades, elaboração e execução do projeto, e apresentação para a comunidade escolar. “Os alunos são incentivados a agir com responsabilidade e protagonismo para transformar as realidades que necessitam de apoio e atenção solidária em nossa cidade”, pontua Tainah Nóbrega. Ela conclui: “esta é uma oportunidade para despertar a sensibilidade em relação ao próximo e desenvolver habilidades pessoais que contribuem para sua formação integral”.