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Virginia Fonseca presta depoimento na CPI das Apostas no Senado

Nesta terça-feira (13), a influenciadora digital Virginia Fonseca compareceu ao Senado Federal, em Brasília, para prestar depoimento à CPI das Apostas Esportivas, mais conhecida como CPI das Bets. A comissão investiga a atuação de plataformas de apostas online no Brasil e o envolvimento de influenciadores na promoção desses serviços, muitas vezes com pouca transparência sobre os riscos e os contratos firmados.

Convocada como testemunha, Virginia respondeu a perguntas sobre sua participação em campanhas publicitárias de sites como Blaze e Esportes da Sorte, empresas com forte presença nas redes sociais e que investem pesado em marketing digital por meio de celebridades.

“Não lucro com perdas dos meus seguidores”, afirma

Durante o depoimento, a influenciadora negou que seus contratos prevejam qualquer tipo de participação sobre as perdas financeiras dos usuários. Segundo ela, os valores recebidos têm como base indicadores como visualizações e engajamento, não existindo bonificações por desempenho negativo dos seguidores.

Apesar disso, Virginia optou por não revelar os valores exatos dos contratos, amparada por habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal. Ainda assim, se comprometeu a encaminhar cópias dos contratos à CPI.

Responsabilidade e publicidade

Questionada sobre a presença de alertas nas suas publicações, Virginia afirmou que vem adotando avisos de responsabilidade nas campanhas mais recentes — como a proibição para menores de idade e o incentivo ao jogo consciente. Ela reconheceu que postagens mais antigas podem não ter seguido todos os protocolos, o que atribui à evolução das exigências regulatórias ao longo do tempo.

Repercussão entre os senadores

A relatora da comissão, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), elogiou a postura de colaboração da influenciadora e reforçou a necessidade de atualização da legislação sobre apostas digitais no país. Já senadores como Eduardo Girão (NOVO-CE) e Cleitinho (Republicanos-MG) expressaram preocupação com o impacto das apostas na população mais jovem e sugeriram que Virginia reavaliasse seu papel como promotora desse tipo de conteúdo.

Caminho da CPI

A CPI das Apostas tem previsão de funcionamento até junho de 2025, com o objetivo de apresentar um relatório que proponha mudanças na legislação e responsabilizações, se forem comprovadas irregularidades.

Enquanto isso, o debate segue aberto: até que ponto os influenciadores devem ser responsabilizados pela promoção de serviços com alto potencial de risco social?